sábado, 9 de outubro de 2010

Coveiro 1.2

Sequencia do Capitulo 1.1

Laura reencontra alguém do passado, mas ainda não tem idéia do que esta para acontecer. Caetano tenta ajuda-la, mas ela permanece fechada. Seus amigos e um ex-amor ainda em Porto Alegre esperam sua volta.
O todos não esperam é que algo pior que um imitador esta por perto, as vezes perto de demais para ser percebido.

Boa Leitura,

AC

Caetano era forte e tinha Laura nos braços que lutava desesperadamente tentando se soltar. Gritava para solta-la e não o escutava chamar por seu nome. Ele conseguiu vira-la com muito esforço e quando uma das luzes acendeu e ela o reconheceu, o abraçou com força.
Ele em todo tempo que trabalhavam juntos jamais a tinha visto neste estado. Ela tremia e estava em estado de choque. Em seguida chegaram os reforços e ele observava o estado dela e a mantinha próxima a ele.
- Eu a achei Caetano, esta morta... - sussurrou para seu parceiro.
Ele não respondeu a levou para fora na direção do seu carro. Ligou e avisou Claudio do que tinha acontecido. Ele tinha os olhos fixos nela enquanto um paramédico fazia um curativo no seu rosto, acima na sobrancelha, quando Manuel detetive responsável pelas investigações estaduais pegou seu braço.
- Você precisa ver isso, venha comigo.
Ele foi até Laura e segurou seu joelho, ela reagiu assustada.
- Volto logo – disse a Laura e olhou para o Paramédico – Não deixe ninguém chegar perto dela, ninguém.
Quando desceu novamente e as luzes do túnel estavam acessas sabia que precisava tirar ela logo dali.
As paredes eram todas riscadas com o nome de Laura e várias fotos dela espalhadas pelo chão. Um risco forte na parede indicava que alguém tinha usado um objeto para produzir algum barulho recentemente. Um pouco mais fundo no túnel estava o caixão onde estava o corpo de Jennifer. Ela tinha sido enterrada viva ali e a motivo da sua morte, apesar de terem que esperar pelo legista, parecia obvia.
Provavelmente tinha ficado ali desde sexta-feira e não fazia muitas horas que tinha morrido. Era uma cena nunca vista pelos policias ou detetives da cidade. E então outro colega sussurrou algo em seu ouvido que o fez subir correndo os degraus. Perto do seu carro, diversos repórteres tentavam falar com Laura.
- Meu Deus, o que é tudo isso. Onde está Claudio? – perguntou Caetano ao seu colega indo na direção de Laura empurrando alguns abutres dos jornais locais. Ele segurou seu pulso e a trouxe para perto dele.
- Vamos você precisa tomar um banho e depois vamos conversar. Você esta bem?
Ela não respondeu ainda olhava em volta, sem perceber a presença dos repórteres e curiosos. Se tudo que tinha acontecido era verdade alguém ainda esta ali. E ela tinha razão, o homem ainda a observava por entre a multidão.
Caetano via seus olhos e segurou com firmeza seus ombros e a fez olhar para ele. Ela não queria, mas ele segurou seu rosto pelo queixo a forçando a olhá-lo nos olhos.
- Vamos Caetano... – respondeu dando um passo a frente.
Claudio passou pelo carro de Caetano e Laura e a via pelo reflexo. Eles se olharam por alguns segundos. Ela sabia que as coisas todas viriam a tona e ele não poderia fazer nada para evitar.
Quando soube do caso, ligou para Porto Alegre e falou com Armando. Se tiver um imitador, as cosias ficariam quentes lá também. Já que a acareação para liberdade de Frederico seria em algumas semanas.
Guilherme estava indo para casa no final de mais um dia de trabalho quando passou numa das cafeterias do centro. Tomava um café e olhava as últimas noticias na televisão quando recebeu um telefonema.
- Guilherme tudo bem, meu? – era Tom
- Tom? Tudo quais são as novas, não me diga que vou virar tio, Sam... – mas ele não terminou de falar
- Guilherme, Armando me ligou. Precisamos de você aqui, aconteceu uma coisa com a Laura em São Paulo.
- Ela – seu coração acelerou
- Ela esta bem, mas ele voltou. O Coveiro.
Guilherme deixou uma nota de dez reais na mesa e saiu. Ele antes de ir para a casa de Tom e Samanta resolveu passar em outro lugar.
Caetano tinha levado Laura para sua casa e estava fazendo um café forte enquanto a via sentada no seu sofá com uma pequena manta sobre ela. Ela mordia o dedão da mão, bem na parte de cima de leve e passada o dedo no lábio inferior. Ele a conhecia tão bem, ela estava preocupada e alguma coisa muito seria tinha acontecido.
Quando ele colocou o café na mesinha ao lado do sofá ela deu um pulo e o olhou nos olhos. Ela não estava bem, mas também não dava chances de ajudá-la.
Sem pensar nas possibilidades ele ligou a televisão e as noticias locais chamaram a atenção de ambos.
Laura tinha a xícara nas mãos quando viu depois de mais de dois anos a imagem de Frederico na tela. Respirou fundo e por segundos fechou os olhos para lembrar-se de seu irmão e seus amigos que ele tinha matado. A noticia falava da relação dos assassinados em serie que tinham ocorrido há alguns anos na cidade de Porto Alegre que a detetive Laura esteve envolvida e sobre um possível imitador em São Paulo. Caetano olhava e não conseguia acreditar que ela não tinha falado sobre isso com ele. Quando começou a mostrar imagens do passado, de Laura sendo levada tirada de uma das cenas do crime e vários repórteres em sua volta, ela reconheceu o lugar.
- Por favor, desliga isso – falou e ficou em pé – preciso ir embora. As coisas vão ficar complicadas aqui – ela arrumava sua bolsa para sair e Caetano a segurou pelo pulso.
- Era isso Laura? Meu Deus, porque você não falou nada antes?
Laura não olhava Caetano, tinha os olhos com lágrimas. Estava assustada e tinha na mente as lembranças. Ela pegou sua arma e seu distintivo e se virou para sair, mas ele continuou segurando firme seu pulso.
- Vai fugir de novo? Laura por favor, o que você esta fazendo. Precisa se abrir com alguém. Eu conheço você.
- Desculpa, eu não consigo. Eu – ela deixou que ele a visse chorar, seus olhos pediam ajuda, mas ela tinha medo – não posso.
Ela soltou o pulso das mãos dele e passou a mão do seu rosto.
- Preciso ir, nos falamos depois certo? Sinto muito... – sussurrou para ele.
Ela saiu dali correndo deixando Caetano sem reação. Ele já não sabia o que fazer, mas não a deixaria ir embora. Pegou as chaves do carro e saiu correndo atrás dela.
Guilherme entrou no presídio e avisou o guarda que precisava falar com um dos prisioneiros da ala norte. Ele era advogado criminal e tinha muitos conhecidos dentro e fora dali. Era o responsável pela prisão do homem que veio ver. Ele tinha prendido o Coveiro.
Sentado na cela sozinho, o que era uma raridade nos dias de hoje, Frederico viu quando um dos guardas veio na direção da sua ala. Sentado com um grande sorriso no rosto, sabia o motivo da visita do doutorzinho. Antes do guarda abrir a cela ele guardou uma carta embaixo do colchão.
Guilherme o esperava na sala de interrogatório e o sorriso quando Frederico confirmou suas suspeitas. Era ele mesmo.
- Doutorzinho aqui na minha humilde casa? – falou arrogante Frederico
Guilherme esperou o guarda soltar as algemas e sair e levantou da cadeira. Andou até o presso e falou bem na frente do seu rosto.
- Vou dar um jeito de provar que você está envolvido e vou te manter aqui.
- Doutor esta pirando, faz dois anos que estou neste inferno por causa da sua amiguinha e nada vai me impedir de sair daqui. Eu disse para você, sem provas não terão como me manter presso. Eu sou inocente – ele tinha um ar debochado que irritada Guilherme.
Guilherme respirou fundo, não podia agredi-lo. Não nenhuma ordem judicial para estar ali.
- Eu vim apenas avisá-lo, Frederico e agora você já sabe.
Ele chamou o guarda e quando Frederico estava quase saindo da sala, empurrou com o cotovelo o guarda e foi até Guilherme e falou
- Mande lembranças a detetive Laura, esta tudo bem com ela?
Guilherme entendeu as palavras de Frederico e as suas insinuações. Pulou no pescoço dele com as mãos cerradas e ambos caíram sobre a mesa de investigação.
Armando entrou sala adentro e pegou Guilherme pelas roupas e o empurrou com força contra a parede. Frederico gritava que ia chamar seu advogado e ele mandou o guarda levá-lo de volta a sua cela.
Antes de sair Frederico falou
- Acho bom cuidar dela. Nunca se sabe São Paulo é muito perigoso...
Guilherme foi novamente para cima dele e Armando o pegou novamente pelas roupas e gritou
- Chega Guilherme é isso que ele quer. Fica calmo senão eu vou ter que prender você. Meu Deus – e virou para Frederico.
Armando era um homem bruto de quase um metro e noventa. Tinha um porte físico de presença que fez Frederico dar um passo para trás.
- Leva este canalha para a cela logo, o que você esta esperando? – gritou com o pobre guarda e que carregando o prisioneiro.
Guilherme pegou uma das cadeiras que estava derrubada no chão e sentou nela com as mãos nos cabelos e no rosto.
- Desculpa você tem razão, perdi a cabeça, mas
- Eu sei o que aconteceu em São Paulo, vamos precisamos ir à casa de Tom e Samanta. Eles estão nos esperando. As coisas estão ficando ruins. A impressa já sabe sobre o possível imitador. Ninguém falou com Laura ainda?
- Sabe se ela esta bem, se foi machucada? – perguntou Guilherme olhando Armando com apreensão.
- Claudio me disse que ela estava aparentemente bem. Mas ele ainda não tinha falado com ela. Parece que esta com seu parceiro. Vamos?
As últimas palavras de Armando machucaram Guilherme, mesmo longe de Laura dois anos ainda sentia por ela a mesma coisa que quando a conheceu na faculdade.
Laura estava na porta do prédio de Caetano quando percebeu que estava chovendo muito e recuou alguns passos para trás. Respirou fundo e ainda não sabia se ia procurar Claudio ou ia direto para o aeroporto.
Jane, Sam e até Armando já tinham ligado para seu telefone, mas ainda não estava pronta para contar o que tinha acontecido.
Olhou para trás e viu a porta do elevador fechada e respirou fundo, há dois anos como parceira de Caetano sabia de toda a sua dedicação com ela. Queria poder contar para ele o que estava acontecendo e ficar segura nos seus braços, mas tinha medo. Tinha algo ainda dentro do seu coração que ela não sabia como resolver.
Quando a porta do elevador abriu e Caetano saiu correndo de dentro do prédio ela já estava dentro de um taxi em direção ao aeroporto.

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