domingo, 24 de outubro de 2010

Coveiro 2.2

Continua ...


Laura estava mais distante entre as cargas e entrou num alojamento de aviões particulares. Estou um barulho e tirou a arma das costas. Ficou com ela apontada para cima enquanto subia as escadas.
Estava subindo o último degrau quando escutou novamente
- Estava com saudades, Laura
Era novamente a voz mecânica e ela perdeu completamente o equilíbrio e caiu dois lances de escada. Sua arma foi jogada para baixo de uma das cargas e ainda no chão tentou alcançá-la, mas alguém a segurou pelo pescoço e empurrou seu rosto contra o chão.
Ela via pelo canto dos olhos as mãos com luvas amarelas e ele a mantinha pressa colocando todo seu peso contra ela. Abaixou e cheirou sua nuca até sentir o cheiro dos seus cabelos.
- O mesmo perfume...
Ela tentava se mexer, mas ele era forte. Ela escutava passos do lado de fora e não conseguia gritar por ajuda, pois tinha todo o rosto pressionado contra o chão.
- Calma, nos vamos nos encontrar de novo. Vou fazer com você como eu fiz com sua amiga Paula. Ela gostou tanto das horas que ficamos juntos – e passou a mão pelo seu corpo.
Laura tinha lágrimas nos olhos, ela o mataria com as mãos. Quando a porta do alojamento abriu, ela estava livre. Caetano correu na sua direção e a levantou pelos braços.
- Meu Deus, você esta bem? Laura o que esta acontecendo?
Ele percebeu que ela tremia como no buero e a abraçou com força. Em seguida entrou vários seguranças e um deles gritou
- Tudo limpo, não tem ninguém aqui, senhor.
Ela o olhou
- Me leva daqui. Ele ainda esta aqui em algum lugar.
Ele olhou para o segurança que tinha falado e ordenou
- Verifique todas as alas de bagagem, alimentação e alojamentos particulares como este. Encontre alguma coisa.
- Não será preciso, já estamos fazendo – entrou no prédio Edmundo da policia Federal. Caetano ainda tinha Laura nos braços e ambos olharam para ele.
Eles não gostavam dele há muito tempo, sempre se envolvendo das investigações de São Caetano já tinha mandado algumas suspensões para Laura. Uma delas por agressão.
Laura se afastou de Caetano e foi para cima de Edmundo.
- Fique longe desse caso, Ed. Não é sua jurisdição.
Caetano andou e ficou com as mãos entre Laura e Ed.
- Sabe guria – falou arrogante Ed – eu não preciso de jurisdição aqui. O caso já é meu.
Laura foi para cima dele e Ed reagiu engatilhando a arma. Caetano segurou Laura pelo pulso e ela parou.
- Venha vamos ver Claudio – pediu Caetano
- Não saia da cidade Laura. Te vejo mais tarde – falou Ed.
Dessa vez foi Caetano que voltou e ficou de frente para Edmundo.
- Como assim? O que esta acontecendo Ed?
- Laura tem informações e vou interrogá-la mais tarde. Até minhas ordens ela esta detida.
- Você não vai levá-la a lugar nenhum Edmundo. Não mesmo - ameaçou Caetano
Nisso entra mais dois detetives e pegam Laura pelo braço. Ela olha para Caetano e pede
- Tudo bem, peça ajuda a Claudio. Eu vou ficar bem.
Ele a viu ser levada para dentro de um dos carros dos federais e voltou a olhar Edmundo.
- Se tocar nela, Ed. Eu te mato. Entendeu?
Edmundo não olhou para ele e andou para fora do alojamento e entrou no mesmo carro que ela estava. Caetano a via e falou entre os vidros
- Te vejo em breve.
Ela confiava nele mais do que ele acreditava. Ela sabia que o veria em breve.
Claudio quando foi avisado por Caetano que Laura tinha sido detida pelos federais, já sabia que isso poderia acontecer e tinha pedido a interferência de alguns amigos políticos. Avisou Caetano sobre o desaparecimento da outra garota e pediu para voltar à delegacia.
Laura estava na sala de interrogatório com os cotovelos na mesa com as mãos apoiando a cabeça. As palavras daquele psicopata a tinham deixando com mais dúvidas. Ela não tinha prendido a pessoa errada, pois viu Frederico levando seu irmão. Viu o rosto dele, não podia ser um engano. Todas as imagens vinham na sua mente como fleches quando Edmundo abriu a porta. Ele trazia um café nas mãos e colocou diante dela.
- Trouxe para você – falou rindo e sentando muito próximo a ela – viu? Não sou tão mal assim.
- O que você quer Ed? – empurrou o café para longe dela e olhou nos olhos dele.
- Me conte o que aconteceu hoje na Praça e no Aeroporto em detalhes. É um imitador mesmo? Temos outra pessoa desaparecida, você sabia?
Ela foi se levantar e ele a segurou pelo ombro e forçou a ficar sentada. Colocou uma das mãos na mesa e a outra manteve firme a segurando.
- Se você não entendeu ainda o que esta acontecendo aqui eu te “desenho”. Eu quero detalhes Laura – batia com o dedo na mesa.
Ela não se moveu um centímetro e pegou o café que ainda estava na mesa. Tomou um gole e se aproximou mais dele. Talvez ele esperasse por isso, pois quando ela guspiu na cara dele, ele estava com os olhos fechados.
Ed com uma das mãos bateu no café que Laura tinha nas mãos que foi jogado longe e a pegou pelas roupas e a levou até a parede.
- Posso fazer você me contar o que quero de outras formas Laura
Ele a apertava contra a parede e seu corpo. Ela ria
- Eu só vou falar com meu chefe, você entendeu?
Ela o empurrou na direção contrária e ele não se moveu. A mantinha ali segurando e com seus corpos grudados. Ele gostava disso, podia sentir cada parte do corpo dela.
Neste momento entra na sala Claudio e Ed a solta. Laura passa e fala para Claudio
- Vamos temos um crime para investigar.
Mas Claudio dá alguns passos para dentro da sala e fica de frente para Edmundo
- Você não tinha jurisdição para isso, Ed. Fique longe desse caso e dela também.
Jane estava na delegacia organizando algumas coisas quando viu Guilherme entrar. Já era muito tarde
- Você vai para São Paulo? – perguntou Guilherme
- Sim, meu vôo sai daqui algumas horas. Vai ficar tudo bem. Vi o Armando falando com o Claudio em São Paulo.
- Não sei Jane. Nós já perdemos tanto começar tudo de novo. Você sabe...
Ela sabia do que ele estava falando. Quando ele prendeu o Coveiro ele jurou vingança contra ele e Laura. Se tiver alguém atrás dela, poderia ter alguém atrás dele ou da sua família.
- Vou pedir para Armando colocar alguns policias de reforço na casa da Vanessa e junto com a Samanta. Você pode andar com isso, eu já te dei a autorização outra vez.
Nas mãos de Jane tinha uma pistola automática que Guilherme pegou e colocou na pasta. Antes de sair olhou para Jane
- Se cuida, certo? A convence a voltar, aqui podemos protegê-la.
- Vou tentar Guilherme, sabe-nos a amamos também.
A delegacia de São Caetano nunca esteve tão cheia de curiosos e repórteres de todas as emissoras e jornais. Para Laura e Claudio entrarem tiveram que ir pela garagem externa dos fundos.
Laura encontrou Caetano voltando do legista com a autopsia da Jennifer nas mãos. Pararam no corredor e se olharam por alguns segundos. Ela balançou a cabeça em sinal de que estava melhor e ele entregou a pasta que tinha nas mãos e começou a falar
- Confirmado, morreu por falta de ar. Teve desidratação, mas foi por sufocamento.
Enquanto eles falavam andavam em direção a sala deles. Caetano já tinha montado um quadro com as fotos e características de Jennifer e as causas da sua morte. Ao lado tinha um perfil dos assassinados do Coveiro. Laura estremeceu quando viu a foto da garota desaparecida desde Domingo. Era muito semelhante a Jennifer e a ela também. Caetano continuava
- Veja estes exames. Não tem nada no sangue, por enquanto, dela que identifica que ela tomou algo para ser imobilizada. Pelo menos no perfil que sua amiga Jane...
- Jane? Você falou com a Jane? – Laura fechou a porta da sala
- Sim, precisava de pistas. Se estivermos lidando...
- Estivermos? Você vai sair do caso e vai pedir licença Caetano. Não quero você envolvido nisso.
- Desculpa, mas você não é meu chefe. Qual é o seu problema comigo Laura? – falou ríspido Caetano.
Laura fechou as cortinas e se sentou. Estava cansada e precisava se abrir com alguém.
- Eu não quero que você se machuque. Eu o vi Caetano, não é um imitador. Tem alguma coisa errada, ele falou coisas ele agiu como antes. Não sei...
Laura levantou e andou até seu parceiro.
- Deixa o caso, por favor. Não quero perder mais ninguém. Se ele voltou, ele vai cumprir as promessas que fez da última vez. Essa garota – e apontou para a nova foto no mural –...
Caetano sabia que ela estava dando uma pequena abertura para ele entrar no mundo dela. Não podia forçar e foi com calma
- Laura você precisa entender que não vou deixar o caso. Você esta na lista dele agora, você é minha parceira. Entenda? Vai ficar tudo bem... Confia em mim
Ela não respondeu. Tinha lágrimas nos olhos e as secou quando levantou e falou
- Ele matou meu antigo parceiro na minha frente. Ele envenenou o café que eu trouxe – as imagens vinham na cabeça de Laura. Ele é um doente Caetano.
- Sinto muito, ele colocou as mãos nos ombros dela e a virou para ele. – Vamos ficar bem prometo.
Nisso Claudio entra na sala e fala:
- Encontraram alguma coisa no aeroporto. Vão lá verificar antes da equipe de Edmundo.
Por alguns segundos ele olhou Laura e perguntou para os dois
- Tudo bem?
Caetano respondeu
- Sim chefe já estamos indo - e olhou para Laura.
Ela pegou suas coisas e saiu na frente dele. Caetano sorriu e bateu no ombro de Claudio quando passou por ele. O primeiro passo já tinha sido dado. Eles estavam juntos nisso.


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