Joaquim tinha os olhos firmes na tela enquanto o bipe vermelho ficava fraco na tela. Miguel correu até a tela e apertou o botão do som, mas ele estava com o volume máximo.
- O que esta acontecendo ? Onde esta Beatrice ? - Miguel ligava todos os monitores tentando encontra-la.
Oliver não estava entendendo, mas sentiu um frio pela espinha que o fez correr pelos corredores. Todas as luzes do complexo estavam vermelhas de emergencia e os corredores tinham fumaça da explosão. Por mais que corresse não parecia suficiente para chegar mais rápido onde ela deveria estar.
Caio ainda tinha os olhos em Beatrice quando a bala de Valentim ecoou pelo corredor fazendo Oliver parar e seguir na direção do disparo. Beatrice estava desacordada e não sentiu quando seu corpo foi jogado no chão, assim que a bala acertou Caio em cheio.
O sangue do peito de Caio escorreu molhando seu rosto que estava voltando a si.O peso do corpo dele a estava sufocando e sentiu o ar entrar novamente quando Valentim chutou o corpo de Caio para o lado para acertar ela sem erros.
Oliver via vultos entre a fumaça e as luzes e Beatrice tentando se levantar sem ainda entender o que estava acontecendo. Com pouco ar Beatrice tossiu e quando colocou a mão na boca sentiu gosto de sangue. Seus olhos procuraram Caio que estava a alguns centimetros dela de bruços. Suas mãos escorregaram no sangue no chão e o com o eco da explosão ela não escutava os gritos de Oliver.
Valentim a tinha na mira e viu o vulto de Oliver entre a fumaça quando o festir da bala clariou o corredor por segundos. Beatrice ainda tentava entender quando Caio se moveu rapidamente e ficou em frente a ela. Mesmos com os joelhos no chão e as mãos ao lado do corpo, quando a segunda bala atingiu o peito dele, Caio permaneceu ainda firme.
Beatrice gritou e uma pequena abertura entre as dimensões foi aberta na sua frente. Oliver corria e tudo no corredor não tinha som, seus olhos só viam os olhos dela.
Valentim viu o brilho da abertura entre as dimensões aberta e tentou dar mais um dispara, mas era como se a abertura fosse uma barreira entre ele e Beatrice.
Oliver sentiu seu corpo relaxar quando tocou os braços de Beatrice com força e a levantou para ficar na mesma altura dos olhos dele. Ela estava viva e era tudo que importava para ele.
Seus olhos percorreram todo o corpo dela para encontrar a origem de sangue que se formava em baixo de onde ela estava caida e viu um ferimento aberto na cabeça. Beatrice não tinha força para respirar mais e na sala de monitores vazia apenas um som baixo do bipe ainda estava tocando.
Oliver de alguma maneira sabia que ela tinha pouco tempo de vida e a colocou nos braços e pulou entre as dimensões na sua frente. Ele não sabia para onde estava indo ou para onde aquela abertura o levaria, mas sabia que precisava manter a promessa. A protegeria.
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