Delete - Quarta Parte

"Nem sempre as escolhas certas, nos fazem sorrir. Mas são as escolhas certas que nos fazem chegar ao final vivos."

Beatrice estava tentando acessar as instalações de Valentina e ligou o dispositivo de câmeras dos corredores e das salas. Todos os monitores estavam ligados e ela viu a briga entre ele e Caio.

- O que você esta dizendo Oliver ? Ela quase matou Fred, você acha realmente que ela não é a Valentina – Caio empurrou Oliver contra a parede.

Oliver não respondeu e viu Joaquim vindo na direção deles. Afastou Caio com as mãos brutamente que não reagiu.

- Oliver você sabe que confio em você como um filho, mas não posso deixar ela sair daqui viva, sinto muito – Joaquim estava com o rosto rigido – Oliver eu não vou impedir Caio.

Em cada palavra de Joaquim Beatrice viu a expressão dos olhos de Oliver. Ele tinha prometido a ela que a ajudaria, mas agora ela temia pela vida dele também. Depois de tudo ela não sabia se podia confiar em Caio.

- Você pode mentir para todos aqui, mas não para mim. Se acha que ela é Valentina, então faça.

Oliver falou e entregou sua arma nas mãos de Caio e foi na direção da ala médica pelo corredor. Fred era a única pessoa que sabia a verdade. Era a única chance dela sair viva do prédio.

Na tela ela tinha a informação que queria e gravou em um GPS a localização das instalações de Valentina e as saídas do prédio, quando a porta da sala abriu. A sala estava escura e Joaquim viu as telas ligadas. Beatrice estava entre os servidores e a única saída era pela ventilação. Antes de Joaquim acender a luz da sala, Beatrice já tinha saido.

Oliver estava ao lado de Fred que ainda estava inconsciente e viu o aparelho de Miguel pipar novamente. O homem ainda com tamanho anormal mas com a pele mais humana estava com os olhos abertos. Ele tinha um tubo na boca e Oliver o ajudou a tirar para que pudesse respirar

- Onde ela esta ? - Miguel perguntou já se colocando em pé ao lado da cama – Preciso encontra-la.

Os olhos de Miguel já estavam com seu preto intenso e as expressões do seu rosto já eram humanas quando Oliver o ajudou a ficar em pé. Ambos tinham quase o mesmo tamanho, mas Miguel ainda tinha algo desproporcional.

- Eu ... - Oliver estava confuso e se voltou para Fred que estava do outro lado da sala. Ele ainda tinha sangue na roupa e os aparelhos bipavam irregular.

Miguel sabia que tinha feito muitas escolhas erradas, mas todas eram por ela. Desde o inicio quando viu seus olhos, seu sorriso leve, sua força ele não pode deixar de acreditar que ela era especial e mesmo não conhecendo o homem na sua frente sabia que ele também sentia isso.

Beatrice vinha pelo tubo da ventilação seguindo o GPS tentando encontrar uma saída quando sentiu seu corpo sendo jogado entre os tubos e os metais, após algo estourar próximo a ela. Sentiu o cacos cortando seus braços e rosto antes de atingir o chão com força.

Caio correu o detonador nas mãos. Ele estava sozinho no corredor e sabia que a tinha atingido. Ela estava ainda imovel e as luzes piscavam entre os destroços dos tubos. No entanto quando ele se aproximou com a arma para um tiro certeiro, seus olhos se cruzaram com os dela, como no primeiro dia que se conheceram na sala dele em Armação.

Ela ainda tinha o rosto e os olhos mais expressivos que ele tinha visto e limpou o suor do rosto para apertar o gatilho, mas a bala atingiu a parede.

Beatrice ainda estava consciente quando Caio a pegou nos braços. Ela não entendia porque Caio a segurava com força, não com raiva que demostrava a alguns minutos atrás. Apesar de sentir dor por todo o corpo, não conseguia sentir o ferimento da bala que viu Caio atirar. Ele se abaixou e a colocou sobre as suas pernas para limpar com as mãos o sangue que escorria do seu rosto.

- Não importa quem é você, não posso negar o que sinto. Não posso ...

Os olhos verdes de Caio ainda eram os mesmo da noite em que eles se conheceram. Seu rosto forte estava muito proximo dela para que pudesse evitar o beijo intenso dele. Beatrice não tinha mais o mesmo sentimento que antes, não. Ela queria impedi-lo, mas o ar foi ficando fraco e sentiu sua cabeça doer.

Caio a afastou e Beatrice já estava desacordada, mas ao seu lado com a arma apontada estava Valentim.

Miguel e Oliver após a explosão foram a sala de computadores e encontraram Joaquim digitando desesperadamente num dos terminais. Ambos ficaram imovéis ao ver a tela preta com o bipe vermelho em silêncio.