Ollie acordou e viu uma luz forte e aos poucos foi sentindo sua visão voltar. Sentia muito dor perto do peito e mal conseguia se mexer. Sua consciência ainda estava lenta e ele tocou seus lábios. Não sentia mais o gosto doce de Beatrice. Então seus olhos abriram por completo e ele estava sozinho no quarto do hospital.
- Beatrice – ele sussurrou para si e tentou levantar da cama. Quando colocou os pés descalços no chão e perdeu o equilíbrio, antes de atingir o chão John o segurou.
Ele sentia nojo daquele homem, por sua causa tinha perdido as pessoas que mais tinha amado e agora tinha perdido novamente Beatrice. Lembrou da última vez que viu seus olhos negros e afastou John caindo novamente sobre a cama.
- Onde ela esta ? Não me diga que a deixou como moeda de troca por mim, covarde... - disse Ollie com a voz calma
- Foi opção dela, eu não pude fazer nada...
- Onde ela esta ? - perguntou dando um passo a frente ainda com as mãos apoiadas na beira da cama. Seu rosto apesar da dor demonstrava uma firmeza, força que somente ele tinha. Seus dentes estavam cerrados.
John não respondeu, não sabia o que dizer a ele. Se ela tinha ficado com Valentina provavelmente a esta hora depois de quase duas semanas estaria morta. Virou e foi embora, apesar de Ollie não acreditar, como seu pai, ele estava aliviado que ele estava vivo. Por enquanto...
Ollie sentiu as pernas fracas, sabia a resposta de John a sua pergunta. Com as mãos no rosto jogou longe o soro que tinha no braço. Afinal de contas porque a vida de Beatrice era tão importante.
Seus olhos tinham lágrimas, mas ele sentia que ela ainda estava viva. Iria buscar a verdade e depois ela. Ele não desistiria. Onde quer que ela estivesse ele sabia que ela acredita que ele voltaria. Ollie não a decepcionaria.
Com receio tirou o resto de agulhas que tinha no corpo e vestia suas roupas. John sabia e tinha deixado um carro na porta, seu carro. Ollie entrou e foi na direção de Armação. Precisava encontrar Joaquim.
Beatrice abriu os olhos e já fazia uma semana que não via a luz do sol ou nada na sua frente. Valentina a tinha trancado ali a uma semana e ela ainda não sabia o que ela pretendia. Estava fraca e mal conseguia ficar em pé.
Um barulho do lado de fora da porta da cela chamou sua atenção e Beatrice com os braços apoiados na parede tentava manter o equilíbrio.
Quando a porta abriu diante dos seus olhos estava Valentim. E ele vinha na sua direção.
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