Oliver a tinha tirado da cela e levado para a sala da enfermaria, mas sabia que nenhuma pessoa do alojamento o ajudaria. Apenas uma pessoa poderia lhe dizer quem ela era realmente, mas ele estava inconsciente.
Ao lado da maca de Beatrice, Miguel estava conectado a alguns fios. Ele tinha um tamanho anormal para um ser humano, assim como a cor da sua pele, mas segundo Fred que o tinha examinado era um homem. Eles sabiam que a mutação do seu corpo o estava matando e com medicamentos estavam tentando reverter.
Beatrice colocou a mão do rosto quando sentiu o canto da boca queimar com o hematoma que crescia da pancada com o chão. Mesmo com os olhos fechados percebeu que estava fora da cela e um sorriso surgiu no seu rosto quando escutou a voz de Oliver.
Tanto Fred quanto Oliver ficaram surpresos quando Beatrice o chamou Ollie suavemente e correu na sua direção. Mesmo antes de tentar qualquer reação ela o abraçou e deixou seu rosto descansar no seu peito. O corpo de Oliver reagiu ao contato com ela e a envolveu nos braços protegendo-a. Mas nada pode fazer quando ela afastou o rosto e o beijou.
Por mais que todo seu corpo estivesse em brasas e seus lábios sentiam o mais macio dos beijos, ele a segurou pelos braços com firmeza e a afastou. Ele já a tinha visto ser agredida por Caio, mas nenhuma das vezes viu tanta tristeza em seus olhos, como agora.
Beatrice o olhava e tentava reconhecer os olhos, ele não a tinha beijado... então seus olhos viram Miguel. Ela se afastou e passou por ele indo na direção de Miguel, por mais que ele parecia ... era ele.
- Vivo! – ela sussurrou mais para si e tocou o aparelho que indicava a pulsação dele.
Na sua mente passou as cenas do porão e dele a sufocando, mas por mais que ela sabia não tinha na mente nenhuma lembrança do dia da sua morte. Quando se moveu para trás seus pés bateram em Oliver e seus olhos se cruzaram.
Ele ainda sentia o gosto dela nos lábios e seus olhos negros faziam seu coração disparar e por mais que sua mente gritava que ela poderia ser Valentina, no fundo Oliver não acredita que a mulher na sua frente fosse capaz de matar alguém.
Por algumas frações de segundos seus olhos não se moveram e somente foram interrompidos quando Beatrice sentiu novamente uma forte pontada na cabeça. Fred estendeu a mão para apoiá-la e pediu para Oliver chamar Joaquim.
- Sente-se aqui – ela ainda tinha os olhos em Oliver – esta máquina pode nos ajudar, mas para funcionar você precisa ligá-la, foi projetada por Joaquim.
Fred percebeu que ela estava apreensiva quando Oliver deixou a sala.
- Eu não vou machucá-la. Prometi para ele te manter em segurança, tanto eu quanto Joaquim a vimos salvá-lo – afirmou Fred segurando Beatrice pelos ombros. - Preciso que você sente-se aqui para que eu possa conectar esses fios em você.
- Conectar ? - ela tirou os olhos do corredor e viu um aparelho identico ao que Joaquim tinha projetado para ligar Valentina para fechar os portais e se afastou de Fred – Isso pode fechar os portais, eu preciso voltar para casa.
Fred a observou por alguns minutos
- Você conhece esta máquina ?
- Sim, Joaquim a projetou a muito tempo....
- Não ele projetou ontem – Fred estava blefando
- Não, não ele projetou quando ficou presso nas instalações de Valentina.
Se eles tinham alguma dúvida que era fosse Beatrice, Fred não tinha mais, somente duas pessoas sabiam sobre a máquina. Uma era Joaquim e a outra Beatrice. Quando ele foi dar meia volta para sair pelo corredor, algo o atingiu na cabeça.
Beatrice se assustou com o barulho e o sangue de Fred que respingou no seu rosto. Quando ele caiu desacordado nos seus pés, seus olhos viram Gabriela.
Beatrice Sanvitto
