domingo, 30 de maio de 2010

Decision (Decisão) - Prefácio

Em cima da sua mesa em um envelope branco com uma especie de cera vermelha ela sabia que estava recebendo uma pista. Sem demonstrar qualquer reação ela fechou o porta com calma ainda em tempo de balançar a cabeça para João que vinha da cozinha com um grande café nas mãos. Ela não confiava nele. Não mesmo.
Beatrice esperou até que ele entrasse no elevador e finalmente ela sabia que estava sozinha no andar.
Antes de rasgar o selo com o simbolo do infinito, Bea respirou fundo.
Dentro do envelope poderia ter uma resposta para salvar a vida de Murilo e agora a sua.
Por alguns segundos então ela lembrou de como tudo começou. Quando foi o inicio do final dos seus dias.

Caminhando pela rua, indo em direção ao jornal buscar algumas fotos da sua última matéria Bea, como era chamada desde a infância, Beatrice percebeu que estava sendo seguida.
Estava a apenas algumas quadras quando resolveu entrar num café perto da rua principal da cidade de Porto Alegre. Com vidros escuros e uma pequena lateral era perfeito para poder surpreender quem quer que fosse.
Estava um dia quente de verão e as janelas da cafeteria estavam entre abertas deixando todo o ar gelado sair por uma pequena fresta da lateral que Bea estava escorada.
Um garçom muito prestativo mas nada discreto para o momento aproxima-se de Bea:
- Então mesa para um.
Antes dela dar um passo a frente e olhar de frente para quem estava a poucos metros dela, uma voz forte respondeu antes que ela pudesse completar a ultima respiração.
- Mesa para dois.
Com seus grandes olhos negros Bea deixou escapar um sorriso maroto que somente ela tinha quando juntava os dois lábios e os deixava em linha reta.
Na sua frente com os olhos mais expressivos que Bea já havia visto estava Murilo. Fazia dois meses desde o dia que se conheceram e agora ele estava no hospital em coma.
Dentro do carro indo em direção a casa de Pedro, seu irmão, Bea olhava o envelope aberto.
Pelo retrovisor ela via no banco de trás uma caixa com os objetos do jornal. Em cima ela conseguia ver claramente um porta retrato com duas fotos. As pessoas as quais ela mais confiava estavam nelas. Um em coma no hospital e o outro desaparecido.
Beatrice com lágrimas nos olhos via o carro deixando para trás qualquer esperança de voltar a ser feliz como antes. Ela tinha tudo e achava que não tinha nada de valor. Sozinha ela ia em direção a uma cidade chamada Armação.
Lá Bea tinha esperança de encontrar junto com as informações do envelope a cura para Murilo e a possibilidade de trazer Miguel de volta.
Por eles ela iria até o fim.

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