segunda-feira, 31 de maio de 2010

Stranger - Capitulo 01 - Primeira Parte

Na sala vazia de Beatrice, João tentava encontrar alguma pista de onde ela poderia ter ido. Ele sabia que o envelope em cima da mesa grande era um pedido de demissão.
Ele já tinha olhado na sala de Miguel mas também não tinha nada. Onde estaria as coisas dele, pensou João enquanto tomava mais um gole do café. Seu telefone tocou e com o susto ele deixou cair café sobre ele e a mesa de vidro preto de Beatrice.
Enquanto João limpava o café e sussurrava alguma coisa, ele sabia que se não atendesse seria pior, mas não tinha encontrado nada. Em sua testa o suor já era evidente. Ele poderia procurar alguma coisa no hospital.
Quando deixava a sala um barulho no final do corredor o fez entrar novamente e ficar embaixo da mesa. Era o vigilante fazendo a ronda noturna. Antes de olhar sob a mesa o guarda sumir no elevador, João escutou um barulho na secretaria de Beatrice. Ela tiha acabado de receber um recado.
O telefone ainda vibrava no bolso de João, mas agora ele tinha um sorriso no rosto. Ele sabia que tinha encontrado algo.

Beatrice estava com o carro parado na frente do predio de Pedro e via pelo retrovisor alguns hematomas no seu rosto e ainda sentia dores no corpo, depois do acidente. Seu braço ainda tinha um curativo que precisava ser trocado todo dia até tirar todos os pontos.
Nada que um pouco de maquiagem não dê jeito – pensou e passou as mãos pelo rosto. Segurou um pouco a respiração e abriu a porta do carro.
Antes de sair, pegou do banco de trás o porta retrato e retirou as fotos que estavam nele guardando-as na bolsa junto com o envelope aberto que tinha um endereço em Armação.
Vasculhou sua caixa junto com os pertences de Miguel que ela levava junto com os seus e pegou uma pasta com as últimas anotações dele. Naquela noite eles tinha feito grandes avanços na investigação.
Colocou a pasta dentro da bolsa e olhou por alguns segundos para a arma de Murilo que ela levava sempre desde o encontro com Valentim.
Um arrepio de frio passou por sua espinha e ela olhou para a rua vazia. Todas as arvores balançavam dentro do mesmo força e ritmo. Beatrice apressou o passo para a entrada do prédio de Pedro.

João andava apressado pela garagem do predio do jornal. Ele estava ansioso e olhava diversas vezes para trás. Ele tinha um pedaço de papel nas mãos que ficaria despercebido se ele não segurasse com tanta força que ficou amassado entre os dedos.
Um barulho perto do elevador fez João apressar o passo e chegou em seguida na porta do seu carro. Antes de colocar a chave depois de desativar o alarme seu telefone tocou novamente.
Ele nem se deu ao trabalho de olhar quem ligava e simplismente desligou o mesmo jogando o aparelho para dentro do carro. Mas uma coisa estranha aconteceu. O telefone estava novamente em suas mãos. Aberto para falar.
Por mais rapido que pudesse ser os olhos de João, num segundo ele tinha um papel em suas mãos e no outro ele estava no chão sangrando entre a vida e morte.
A alguns metros um homem saia do prédio. Valentim já tinha o novo paradeiro de Beatrice.

Antes de Beatrice voltar para o carro ela deixou um bilhete na portaria para Pedro. Não hora de encontrar ninguém. Ela não conseguia seguir adiante. Não queria falar sobre o que tinha acontecido. Tinha saido do hospital a apenas algumas horas.
Dentro do carro seguindo no meio da noite para Armação ela sabia que logo eles a encontrariam. Era uma questão de tempo. Ela precisava encontrar a pessoa que estava no envelope. Beatrice tinha apenas um endereço, mas era o suficiente.

Miguel acordou e percebeu que estava num hospital. Ele tinha vários fios conectados ao seu corpo. Então antes mesmo de olhar em volta, ele sabia que não estava no lugar certo. Ele sabia que estava em outra dimensão.

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