Caetano
era forte e tinha Laura nos braços que lutava desesperadamente
tentando se soltar. Ele conseguiu vira-la com muito esforço e a
segurou firme com as mãos nos ombros, fazendo com que finalmente
o olhasse nos olhos. Então ela parou, por uma fração de segundos
Caetano pode ver todo o medo nos olhos de Laura e eles se abraçaram.
Ele
em todo tempo que trabalhavam juntos jamais a tinha visto neste
estado. Coberta com uma manta cinza do carro de apoio da polícia e
sentada no banco traseiro, Laura recebeu os primeiros socorros. Um
pequeno curativo no rosto e um grande hematoma. Caetano estava no seu
lado e a viu sussurrar:
- Eu
a achei Caetano, esta morta... - mas seus olhos estavam ainda buscando uma resposta
- Eu
sei, vamos ... vamos embora – mas antes de levantar ele foi surpreendido
- Detetive
Caetano, preciso que o senhor desça comigo – Um dos policiais o
chamou.
Laura
parecia entender mais que Caetano e levantou para ir junto, mas:
- Não
me espera aqui … - e antes que ela revidasse – Por favor... pelo
menos agora
O
bueiro estava claro com as luzes dos legistas e de todo o corpo
policial presente. Caetano observava enquanto descia as paredes
arranhadas e sujas de sangue. O corte na parede ia na direção de
onde tinha encontrado Laura e isso o assustava. Desceu um pequeno
lance de escada e junto com o policial chegaram a uma pequena sala ou
quarto. Então seu ar faltou por mais que muitos segundos, as paredes
estavam cobertas por fotos de Laura. Antigas com cabelo mais curto,
atuais com ele, mas uma em especial ele arrancou da parede. Ela
dentro de um tonel de vinho amarrada. Seus olhos eram como os que ele
tinha visto a pouco tempo.
Ele
precisava tirar Laura dali urgente. Caetano não precisava de um
monte de explicações, sabia o que tinha acontecido ou imaginava, mas não
acreditava que ela tinha escondido isso dele. Não dele. Quando
chegou perto do carro, Laura não estava mais.
Ele
sabia onde ela tinha ido e sabia porque. Mas ele ia perguntar mesmo
assim.
Marcus
não ficava mais que algumas quadras da sua casa e sentada na mesa do
canto, Laura pode ver quando Caetano entrou e sentou na sua frente.
Sofia trouxe uma xícara para ele, mas ele não deixou ela perguntar
se ele queria:
- Sofia,
pode nos dar licença – sua voz era firme quase rude
Laura
finalmente o olhou. Ele tirou do bolso a foto que tinha pegado e
colocou na mesa. Tudo que ele queria era a verdade, dela.
- Caetano,
eu não …
- Não
comece uma frase com eu não, comece com a verdade. Olha para mim
- ele foi firme, firme como era como se estivesse trabalhado
Ela
olhou nos seus olhos, não havia raiva, tinha algo como decepção.
- Isso
foi a alguns anos atrás, ele foi preso, julgado e então hoje ...
estou tão assustada quanto você … - Ela pegou a foto e a virou –
Não tinha motivos para te contar ...
- Você
não entendeu … Eu quero saber como você está ? Porque não me
falou da que o cara pode ser solto, porque não dividiu comigo....
Ele segurou a mão dela, mas ela recuou
e olhou em volta
- Não,
eu não sei o que estava lá em baixo, quem e não quero você
envolvido nisso...
- O
que me envolver … Ele ou quem quer que seja, está te seguindo a
meses, Laura, meses … Você entende isso ? - Então ele colocou
outras fotos na mesa.
Laura
ficou em silêncio e uma das fotos chamou sua atenção. Era antiga,
não em São Paulo em Porto Alegre. Ela a pegou e colocou no casaco. Havia fotos de Caetano com ela, muitas.
- Preciso
ir a Porto Alegre, já falei com Cláudio …
- Certo,
eu preciso resolver umas coisas …
- Não
... vou sozinha … - E o olhou novamente, Caetano suspirou,
levantou recolheu as fotos e deu dois passos ficando ao lado dela
- Eu
vou pegar o avião com você, porque hoje não estamos discutindo o
que você quer, mas o que você precisa.
Antes
dele sair ela segurou seu braço
- Eu
já me decidi … - Ele o puxou com força
- Eu
também
Caetano
chegou rápido na delegacia e encontrou Cláudio no telefone com a
promotoria.
- Certo,
eu a manterei em São Paulo até o dia a acareação. Eu entendo …
Cláudio
estava nervoso e sentou pedindo para Caetano fechar a porta
- Laura
?
- Está
no Marcus, mas deve estar indo para o Aeroporto
-
Marcus
?
- É
tranquilo para pensar, apesar … - mas ele ficou em silêncio
-
Precisa
buscar Laura antes que embarque ou será presa. Os federais a querem
aqui para interrogatório, a defesa do sujeito preso em Porto Alegre
quer usar o assassinato de Jeniffer como prova da sua inocência. Não sei
como ajudar Laura, ela reconheceu o preso e agora … Ela pode ser presa
- Não
pode ser um imitador …
-
Os
legistas estão analisando o corpo da Jeniffer, mas na época a arma
não foi encontrada e o corte na garganta, as lesões no corpo, são
iguais. Você precisa ir, o caso é do Edmundo, então … se ele
chegar nela antes de você
- Estou
indo
Edmundo
era agente federal, influente, parecia mais um perseguidor de Laura. Corrupto e influente tentava tirar ela da Delegacia de Cláudio para trabalhar com ele, sem sucesso. E
uma situação dessas, seria como um grande presente e ele
faria de tudo. Na verdade já estava fazendo.
As
notícias sobre a morte da Jeniffer estava sendo divulgadas com seus
detalhes reservados, um maníaco solto em São Paulo, talvez em
silêncio por anos, seria um desastre. Mas para duas pessoas em Porto Alegre, Cláudio contrariou as
ordens e ligou. Eles precisavam saber a verdade.
Frederico
o intitulado por ele mesmo como o Coveiro, estava na sua cela. Vários
presos em volta riam e olhavam para um grande TV velha, quando um
telefone tocou
- Chefe
… - um dos presos o chamou e entregou o telefone
- Precisei pegar outra garota, a policia está segurando o caso, preciso forçar a barra, preciso chegar mais perto...
- Faça... mas ela é minha
- Amanhã isto vai ser uma festa ….
- Precisei pegar outra garota, a policia está segurando o caso, preciso forçar a barra, preciso chegar mais perto...
- Faça... mas ela é minha
- Amanhã isto vai ser uma festa ….
Do
outro lado da linha apenas os gritos permaneceram quando a ligação
acabou.
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