Sentada
na sala de espera do aeroporto Laura ainda não sabia exatamente como
lidar com a situação. Precisava ir a Porto Alegre para verificar
novamente as provas; aquelas fotos, não fazia sentido. Se o
assassino realmente quisesse ela morta já teria feito.
Reencontrar
pessoas, analisar todas aquelas provas novamente, a morte do seu
parceiro, enfrentar todos … mas seus pensamentos ou pesadelos foram
interrompidos por um ainda maior. Cláudio havia lhe enviado uma
mensagem: Havia mais uma garota desaparecida, mesmas características,
mesmo padrão.
Por
alguns minutos ela se deixou pensar nos detalhes dos últimos
acontecimentos. Sabia que não era um simples imitador. Tinha algo de
muito familiar com Frederico. Tinha algo que ela tinha visto que não
conseguia tirar da cabeça. De repente seus olhos viram pelo reflexo
do vidro uma pessoa passar com botas brancas. Tudo na sua volta ficou
lento e ela parecia escutar o andar das botas.
Levantou,
engatilhou a arma e a colocou na por trás da calça jeans e da
jaqueta. Quando virou na direção das escadas ela perdeu os passos
entre a multidão e se abaixou para localizar o que procurava. Viu
quando as botas dobraram da ala B para C e correu entre as pessoas.
Algumas
pessoas ficaram assustadas de vê-la correr. Os seguranças do
aeroporto logo foram notificados e começaram a ir atrás dela. Ela
se deparou com uma porta paralela entre as alas e entrou mesmo tendo
uma placa somente para pessoas autorizadas.
Caetano
tinha chegado ao aeroporto e foi informado de uma ocorrência e
correu na direção das alas laterais. Passou correndo entre os
ônibus que levavam as pessoas para os aviões e não conseguia
encontrar nada.
Laura
estava mais distante entre as cargas e entrou num alojamento de
aviões particulares. Escutou um barulho e tirou a arma das costas.
Ficou com ela apontada para cima enquanto subia as escadas.
Estava
subindo o último degrau quando novamente:
- Estava
com saudades, Laura
Era
novamente a voz mecânica e ela perdeu completamente o equilíbrio e
caiu dois lances de escada. Sua arma foi jogada para baixo de uma das
cargas e ainda no chão tentou alcançá-la, mas alguém a segurou
pelo pescoço e empurrou seu rosto contra o chão.
Ela
via pelo canto dos olhos as mãos com luvas amarelas e ele a mantinha
pressa colocando todo seu peso contra ela. Abaixou e cheirou sua nuca
até sentir o cheiro dos seus cabelos.
-
O mesmo perfume...
Ela
tentava se mexer, mas ele era forte. Ela escutava passos do lado de
fora e não conseguia gritar por ajuda, pois tinha todo o rosto
pressionado contra o chão. Ela sentia o gosto do sangue quando seu
corte abriu.
-
Calma … Não resista, você vai machucar seu rosto … vamos nos
encontrar em breve. Vou fazer com você como eu queria. Tenho
um plano delicioso – e passou a mão pelo seu corpo.
Laura
tinha lágrimas nos olhos, ela o mataria com as mãos. Quando a porta
do alojamento abriu, seu rosto foi jogado contra o chão e ela
apagou.
Caetano
correu na sua direção e ela estava desacordada. Levou alguns
minutos para ela acordar, sentou no primeiro degrau da escada que
tinha caído:
- Meu
Deus, você esta bem? - Caetano segurava um toalha com gelo no seu
rosto. Ele percebeu que ela tremia como no bueiro e a abraçou com
força.
Em
seguida entrou vários seguranças locais e um deles gritou:
- Tudo limpo, não tem ninguém aqui, senhor.
Ela
o olhou
- Me leva daqui. Ele ainda esta aqui em algum lugar.
Ele
olhou para o segurança que tinha falado e ordenou:
- Verifique todas as alas de bagagem, alimentação e alojamentos particulares como este. Encontre alguma coisa.
Caetano ainda tinha Laura nos braços e ambos olharam para ele. Laura se afastou de Caetano e foi para cima de Edmundo.
- Porque
o caso agora é seu, porque a polícia federal quer, não é
sua jurisdição – Caetano andou com Laura e ficou entre ela e
Edmundo
- Eu não preciso
explicar nada o caso já é meu – ele era arrogante
Laura
foi para cima dele e Edmundo reagiu engatilhando a arma. Caetano
segurou Laura pelo pulso e ela parou.
- Aonde
você pensa que vai - e se aproximou de Laura, ficando na sua
lateral, contrária a Caetano, que puxou Laura para longe dele,
ficando de frente com Edmundo
-
Como assim?
-
Laura tem informações e vou interrogá-la mais tarde. Até minhas
ordens ela está detida.
-
Você não vai levá-la a lugar nenhum Edmundo. Não mesmo - ameaçou
Caetano, mas com receio de alguma reação pior, Laura olhou para seu
parceiro
- Tudo
bem, peça ajuda a Cláudio. Eu vou ficar bem – e entregou para
ele a toalha e recolheu do chão sua arma
- Se tocar nela, Ed. Eu te mato. Entendeu?
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