Beatrice colocou suas coisas no carro de Caio e deu um abraço em Gabriela. Ela estava diferente, com certeza era a perda do irmão. Ninguém sabia além de Beatrice, Miguel e agora Caio do verdadeiro Murilo. Todos conheciam um pessoa que todos adoravam. Gabriela não pudia imaginar que ele era o responsável pela morte dele mesmo e de Charlene.
Durante o trajeto para a volta a Armação, Caio parou no mesmo posto que Bea tinha parada na última viagem.
- Vamos tomar um café ?
- Podemos ficar aqui no carro ?
- Tudo bem, eu pego um café, então. - falou Caio indo em direção a loja de conveniências.
De dentro da loja ele viu Beatrice fazer um sinal que ia até o banheiro do posto. De longe ele viu seus cabelos claros esconder algumas lágrimas, mas não podia fazer nada. Pelo menos até encontrar Joaquim.
Ao sair da loja Caio percebeu uma movimentação diferente do lado do posto. Sem fazer qualquer movimento bruto largou os dois cafés no chão e tirou a arma de trás das costas e engatilhou. Olhou para trás e pediu para o rapaz do posto ficar abaixado e mostrou uma identificação da policia especial.
Beatrice saia do banheiro e mexendo na sua bolsa procurando o telefone, escutou um barulho vindo de trás do posto. Estava escuro e ela não conseguia ver nada. Sem pensar duas vezes ela pegou a arma de Murilo que levava consigo e engatilhou.
Caminhou alguns passos e viu um vulto perto de alguns entulhos nos fundos no posto. Era um grande deposito de ferro velho. Beatrice respirou fundo e com a arma nas mãos foi em frente. Então ela trancou a respiração, viu alguém vindo em sua direção. Como uma sombra era rápido e logo estaria na sua frente.
Bea tentou atirar, mas não tinha coragem. Tinha medo de quem pudesse ser ou de ferir alguém. Deu dois passos para trás e escorou perto de uma carroceria de um velho caminhão.
Com a respiração rápida e com o mesmo medo que sentiu na noite da explosão, ela colocou a arma perto do peito e a segurou com força, se fosse preciso usaria.
Antes que o grito saísse da boca de Beatrice, Caio colocou em tempo uma das mãos na sua boca e com a outra fez um sinal de silêncio. Olhou para a arma que ela carregava e estava apontada para ele agora.
Num movimento rápido ele a puxou e guardou na sua cintura.
- Você esta louca – sussurrou para ela.
Caio com um movimento colocou Beatrice atrás dele e saiu de trás da carroceria. Não havia mais nada ou alguém ali. Rapidamente ele foi em direção a Bea e a empurrou ficando a pouco centímetros do seu corpo.
- Onde você arrumou isto – perguntou com a arma nas mãos
- Murilo
Ele fechou os olhos e virou o rosto que estava a encarava. Ele estava bravo, Beatrice pudia ver as veias no seu rosto forte saltadas e seus olhos verdes claros de um tom mais escuro. No entanto, ela não se importava.
Beatrice pegou novamente a arma e ia passando por ele, quando Caio a segurou pelo braço.
- Eu sei atirar Caio, sei o que estou fazendo.
- Talvez, mas é melhor esta arma ficar comigo
- Eu me sinto mais segura com ela, por favor, eu tenho medo... eu não quero …
- Eu não vou deixar ninguém machucar você - prometeu Caio
- Já me prometeram isto antes e a pessoa esta em outra dimensão. Eu só confio em mim, desculpa.
Ele soltou seu braço e a deixou ir na direção do carro com a arma dentro da sua bolsa. Demoraria para ela saber quem ele era. Mas ela saberia.
Antes de fazer chegar na frente do posto Beatrice notou algo diferente. Tinha um vento quente e forte e uma sensação estranha, então ela olhou para cima:
- Caio, não pode ser, Caio – gritou e correu para onde ele estava.
Ambos se bateram e ficaram juntos olhando o céu vermelho em formato de cone em cima de ambos.
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