Caio viu um ferimento aberto e sangrando no rosto de Beatrice e limpou com a sua camisa. Ele tinha alguns ferimentos, mas nada sério. Como isso era possível, pensou Beatrice. Ela via nitidamente o carro o atingindo, mas …
- Como … ? - perguntou alto e tomando um susto quando percebeu que tinha falado alto.
- Antes de qualquer coisa precisamos limpar estes ferimentos, vamos parar em algum lugar, OK ?
Beatrice concordou com a cabeça, mas ela precisava saber.
Dentro de um quarto de um hotel de uma pequena cidade próxima a Armação, Caio esperava Beatrice tomar um banho e colocar roupas limpas. Sozinha deixando a agua quente escorrer nas costas e na lateral do braço onde o ferimento estava mais aberto, ela ainda não conseguia ligar os fatos.
Sentado perto da janela onde pudia ver a auto estrada e no fundo Armação, Caio não viu Beatrice se aproximar dele.
- Precisamos suturar este corte no seu braço, você quer ir num hospital ? - perguntou Caio quando viu o ferimento de Beatrice.
- Tudo bem, se você sabe fazer, melhor mantermos distâncias de problemas, não ?
Ela era forte, mas ele sentiu ela segurar sua mão até terminar. Era teimosa também, muito.
Caio desceu para o pequeno restaurante do hotel e sentou longe da única televisão que tinha, via de longe as imagens que antes Miguel tinha visto. Ficou surpreso quando seus olhos encontraram os de Beatrice. Mesmo com um hematoma no rosto, ela era diferente. Beatrice o fazia sentir sentimentos que para ele a tempo estava distante.
Sentada na sua frente, ela segurou o rosto com as duas mãos.
- Acho que chegou a hora, não ?
- Esta certo, não podemos continuar nisto juntos sem que as coisas estejam claras. - Caio estendeu uma xícara de café para Beatrice. Quando ela pegou a mesma suas mãos se tocaram. Rapidamente ela levantou os olhos e sentiu alguma coisa, mas ela não deixou transparecer.
- O que é tudo isso ?
- A alguns meses atrás eu fui chamado pelo governo para ajudar Joaquim a terminar uma pesquisa que ele tinha iniciado com Murilo. Até ontem o governo não sabia do seu paradeiro. Alguma coisa na pesquisa do Multiverso tinha saído errado, ainda não sei o que foi.
- Você … não se machucou nada eu não entendo o carro o atingiu … - ela não olhou nos seus olhos.
- Se eu soubesse eu falaria, desde que comecei as pesquisas com Joaquim tem acontecido coisas comigo que eu ainda não descobri. Na noite que ele foi atrás de você, eu descobri algumas coisa do laboratório.
- Atrás de mim ? Porque, Murilo me disse coisas, que eu poderia fazer coisas, controlar, mas eu não sei como. Talvez seu amigo, o professor soubesse.
- Precisamos voltar lá no laboratório, descobrir o que aconteceu com seu amigo e o professor – decidiu Caio
- Eu sei o que aconteceu com eles, eu estava lá.
Então Beatrice viu a cena nitidamente na sua frente.
Ela pesquisava um enorme consumo de energia e então tinha certeza, junto com Miguel, que o laboratório que Murilo queria encontrar estava em Armação. Ela lembra dos olhos negros de Miguel enquanto ligava para Murilo. Ele não atendeu.
A algum tempo ela e Miguel vinham evitando ficar sozinhos, as coisas entre eles estava diferente. Sabia que Murilo tinha esperança de ficarem juntos, mas Beatrice não gostava dele. Não como ele queria.
Beatrice deixou cair alguns papeis no chão e antes de pega-los Miguel se aproximou e eles os pegaram ao mesmo tempo. Em frente aos seus olhos negros e seu rosto forte, ela sabia que tinha chegado a hora e antes de se beijarem Murilo entrou sala dentro.
Junto com ele estava Valentim. No fundo do corredor Beatrice ainda não podia ver mas vinha lentamente Joaquim.
Beatrice ainda não tinha ligado a relação de Miguel e Valentim, pois agora relembrando os fatos, teve a impressão de que foi para ele que Valentim pediu o protótipo de Murilo.
Sem ainda se deter aos detalhes, Beatrice contou a Caio que ambos Miguel e Joaquim tinha sido transportados para outra dimensão. Exatamente como o cone do posto.
Caio viu algo nos olhos de Bea e segurou sua mão. Como antes, mais uma vez ambos sentiam algo dentro deles, mas ainda era cedo. No entanto diferente das outras vezes, Beatrice sabia ter feito a escolha certa.
Ambos levantaram e foram em direção a Armação.
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