quinta-feira, 3 de junho de 2010

Stranger - Capitulo 01 - Terceira Parte

Beatrice estava parada na frente do prédio quando seu telefone vibrou dentro da bolsa novamente. Com uma expressão que somente ela tinha de sumir uma das sobrancelhas trazendo um ar de: De novo não, pensou ser mais um recado de Pedro.
Tudo bem, você venceu. - falou enquanto entrava no prédio
Quando abriu seu telefone e digitou sua senha para a caixa eletrônica, por alguns segundos ela não sentiu seus pés. Com uma das mãos na boca, Bea foi perdendo os sentidos.
Antes do telefone cair no chão, Beatrice ainda escutava o recado de Miguel na secretaria.
Caio que vinha descendo as escadas, viu aquela garota de porte pequeno, loira com os cabelos curtos até os ombros num corte moderno para seu gosto, caindo sobre as escadas.
Ele largou os papeis da sua pesquisa que caíram no chão e chegou para pega-la nos braços antes que Beatrice atingisse o chão.
Caio a levou para cima e a colocou no sofá da sua sala.
- Quem é você ? – pensou alto enquanto colocava as mãos na cabeça.
Por alguns minutos antes de Bea acordar do susto, Caio observou com cuidado seu rosto e seus olhos se cruzaram quando ela os abriu.
Os olhos verdes claros de Caio combinavam com a clareza do seu rosto. De cabelos claros e rosto forte, ele tinha algo em sua expressão de tristeza.
Beatrice levantou rápido pois ainda não entendia se o que tinha escutado era realmente a voz de Miguel e antes de cair novamente Caio a segurou pelos braços e seus olhos cruzaram mais uma vez.
Num movimento brusco, Beatrice tirou as mãos de Caio, mas ele somente a largou quando viu que ela estava sentada no sofá meio a contra gosto. Beatrice procurava o telefone e Caio esticou a mão alcançando o mesmo para ela.
Novamente num movimento bruto ela o segurou e então ela pode entender que realmente era Miguel.
- Você esta bem ? - perguntou Caio alcançando um copo de água para aquela garota mal agradecida.
- Obrigada. - disse Beatrice sem responder.
Beatrice observou Caio por alguns instantes e algo no seu braço chamou sua atenção. Ele estava com o terno sujo de sangue. Foi quando percebeu que seu ferimento estava aberto.
- Preciso ir, obrigada – falou Bea enquanto saia e passava por Caio que a observava com os olhos baixos e centrados.
Dessa vez foi ele que não respondeu.
Beatrice desceu as escadas rapidamente e entrou no carro. Segurava o celular com tanta força e tinha medo de digitar a senha da secretaria novamente e descobrir que tudo não passou de uma ilusão.
Então ela escutou dois recados, o primeiro sobre Armação e o segundo um recado que Beatrice achou que jamais escutaria: Vou ficar de olho em você.
Foi a última coisa que Miguel falou antes da explosão. Antes dela desmaiar e acordar novamente no jornal.
Caio organizava os papeis no hall do prédio e observava a garota de olhos escuros dentro do carro. Ele viu que ela tinha um ferimento no braço, mas se ela achou que poderia resolver sozinha, melhor. Mas então algo chamou sua atenção.
No chão junto com seus papeis tinha um envelope com o endereço do seu escritório. Caio tentou alcançar o carro antes de partir mas ele viu a garota ir embora.

Beatrice foi até um hospital e teve que levar mais alguns pontos que abriram. Sentada numa cafeteria no centro de Armação, ela via o mar. Cidade de veraneio, estava quente e muitas pessoas caminhavam pelo calçadão. Com a cabeça apoiada numa das mãos e a outra mexendo um café preto, ela tentava ser coerente. Como ?
Ela se perguntava varias vezes como Miguel poderia. Não, ela não queria ter esperança. Mas se ele deixou um recado porque não falou mais nada, onde esta, como esta, porque ?
Quando seus olhos subiram e encontraram os verdes de Caio que estava na sua frente, Beatrice juntou as sobrancelhas. Numa reação de surpresa mordeu o lábio inferior e largou o café na mesa.
- Armação não é uma cidade grande, não foi difícil de achar você, garota.
- Beatrice
- Como ?
- Eu me chamo Beatrice
- Ok, Caio
E ambos deram as mãos em sinal de cumprimento. Caio colocou o envelope na mesa e Beatrice sorriu. Ela o tinha encontrado.

Miguel estava feliz por saber que Beatrice tinha encontrado o contato para chegar até Valentim, mas era nítido a tristeza dos seus olhos de ver Bea com aquele sujeito tomando café juntos como eles faziam a algumas semanas.
Agora como coadjuvante ele tinha uma das mãos no vidro da cafeteria diante do rosto de Beatrice. Ele daria de tudo para colocar a mexa do seu cabelo claro para trás da orelha, enquanto segurava seu rosto.

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