Miguel levou algum tempo para perceber que estava no lugar errado. Seu telefone estava sem sinal e o protótipo na sua mão estava sem energia.
No meio do nada ele procurou Beatrice com os olhos e não encontrou nada em volta. De longe via uma cidade que aos seus olhos não parecia tão deserta, de longe via um carro em movimento.
Ollie tinha identificado no computador do carro uma imensa fonte de energia na cidade abandonada e foi verificar. Antes de sair Caio deu ordem para trazer quem quer que fosse vivo.
Beatrice ficou escorada no carro velho, vendo o outro em movimento se aproximar, quando ouviu um barulho dentro de um dos prédios na sua frente. Abandonado com as janelas fechadas com algumas madeiras velhas, os vidros quebrados, ela ficou curiosa.
Atravessou a rua e antes de entrar tirou de uma das janelas um pedaço de madeira para usar se fosse preciso, sabe-se o que poderia ter lá dentro. Escuro ela mal conseguia ver o fim das escadas do segundo andar.
Quando entrou no prédio e ficou coberta pela escuridão, Beatrice viu um vulto subindo as escadas. Dessa vez ela estava sozinha e não poderia voltar.
Cada degrau ela escutava as batidas do seu coração aumentar. Quando subiu o ultimo degrau e ficou de costas para a claridade da porta quebrada do prédio no primeiro andar, seus olhos encontraram algo que não imaginava.
Aquilo que a tinha agredido na estrada segurava seu pescoço e antes de poder usar a madeira que tinha nas mãos, Beatrice estava sem ar. Para tentar soltar as mãos do homem que a agredia deu alguns passos para trás e caiu escada a baixo.
No final da escada ainda consciente, aquela coisa tentava puxar Beatrice para a escuridão. Beatrice se debatia e tentava faze-la largar suas pernas. Antes de conseguir puxar Bea totalmente para a escuridão um tiro jogou o homem de fisionomia doentia para dentro do prédio.
Livre Beatrice correu para fora e bateu em Ollie caindo aos seus pés. Sem reação ao ver os olhos negros de Beatrice Ollie deu uma coronhada deixando-a caída no chão.
- Meu Deus, quem é você ? - perguntou Ollie olhando Beatrice desacordada.
Ela a levou para o carro e ligou um aparelho. Numa pequena televisão a imagem de Caio ficou nítida.
- Caio, preciso que você me encontre do lado de fora do alojamento, tenho algo para você e olhou na direção de Beatrice que estava no banco de trás do carro.
- Ollie você...
- Sim eu a encontrei – falou Ollie e desligou.
Miguel que vinha chegando na cidade viu o carro de Ollie se afastar e entrou dentro do prédio onde Beatrice tinha sido atacada.
Caio fechou os olhos e via a imagem de Beatrice num velho hotel de estrada. Ele tinha guardado esta imagem dela a muito tempo. Seus olhos, seu beijo, tudo era tão presente ainda... e agora.
Ele sabia que tinha valido a pena esperar, Beatrice sempre foi a única escolha certa. Mas era preciso convencer os demais, se eles acreditassem que ela fosse Valentina, sua vida estaria em risco.
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