Valentim esperava Gabriela dentro da sua casa. Ele a seguia desde o enterro de Murilo e percebeu que Beatrice não estava lá. A casa de Gabriela estava completamente destruída e Valentim não tinha encontrado o protótipo de Murilo. Tinha que estar ali em algum lugar.
Diferente do que todos pensavam Gabriela sabia da verdadeira identidade de Murilo, ele não guardaria nenhum segredo dela. Até sua aproximação e amizade com Beatrice tinha sido planejada. Mas agora ela sabia que precisava de proteção mais que qualquer pessoa.
Achou estranho que a luz da varanda não estava acessa. Antes de abrir a porta ela engatilhou sua arma. Com sua pele clara e cabelos escuros, aquela professora de Jardim de Infância, não tinha nada de inocente.
Dentro do carro Beatrice deixava o pensamento vago enquanto as luzes da auto estrada e dos carros cansavam seus olhos. Caio a observava e sabia que mesmo ela não dizendo nada, o tal de Miguel era importante. Ele ainda tinha a sua imagem no restaurante na cabeça, mas sabia que precisava se concentrar em ajudar Beatrice a encontrar Miguel. Ela confiava nele e isto agora era importante.
Por outro lado, Beatrice mantinha os pensamentos na noite do acidente, ela não conseguia pensar em outra coisa. Ela tinha certeza que Valentim estava falando com Miguel, mas como ? Não fazia sentido, eles nem se conheciam.
Gabriela andou lentamente com a arma nas mãos pelos entulhos da sua antiga sala. Antes de perceber Valentim tirou a arma das mãos de Gabriela e a pegou pelo pescoço. Contra a parede e com os pés no ar, ele a sufocava.
- Onde esta o protótipo de Murilo ?
- Não sei do que esta falando, por favor me solta.
Valentim estava sem paciência e a jogou longe. Gabriela deslizou sobre a sala levando alguns entulhos até se chocar com a parede lateral. Antes de conseguir ficar em pé, ele já tinha novamente seu pescoço nas mãos.
- Não vou perguntar denovo onde esta o RAO ?
Um barulho chamou a atenção de Valentim e ele largou o pescoço de Gabriela que caiu aos seus pés. Atônico viu um vulto vindo na sua direção, seus olhos não acreditavam no que via.
Diante dos seus olhos, vivo estava Murilo.
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